Gente que vem e se despede. Gente que sai, sem poros. Por quais estradas e passarelas, pedaços de madeira e concreto? São caminhos avessos, olhares dissolvidos no corpo inteiro.
Suor de mar em gotas. Fuga. Entradas e passos que indicam uma conversão. A imagem se estica, eis o sobressalto, mão pousada na mente. Dúvida ou prece implícita? Era uma vez alguém que não conheci, mas que me disse em silêncio que era preciso. Subir, subir e subir para depois despencar, lançar-se aos olhos carnívoros do mundo. E ser pleno, humano e denso. Leveza de alma, pois os corpos são linhas. Sinuosas linhas agora sem expressões.
Rigidez de pele. Paisagens simétricas e disformes. Desenhos de luz, afagos de sombras. Um encontro intenso com o desconhecido. Você sente vontade? Chegue mais perto. Encontre agora partes de mim, segredos seus. Mais perto, mais perto. Refugia-te naquilo que não pode ser visto. Sangue, suor, pele, unhas, entranhas estão em seguro abrigo.
[...]
Gente fincada na terra, gente espalhada, sublimes desejos. Saliva de sol, universo de fortes traços negros. O resto é paisagem e calmaria.
3 comentários:
Impressoes e sentimento sempre em primeiro plano, o resto é resto.
É isso aí Paula!
E ainda tem gente que às vezes chega até a pensar que é gente.
Abraço do amigo,
Zefeitosa
Grande vergonha, Paula!
Nos brinde sempre com seus textos..
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