Deixa? Era semana passada, ouvia as palavras escritas num papel azulado, lembranças recitadas em voz baixa. Derrubou a caneta, apertou o gargalo de uma garrafa quase vazia. Os lábios tingidos de roxo, a voz e o coração acalentados pela doce bebida. Era fim de tarde e tudo estava muito nítido.
Nos olhos, a imagem de uma timidez meio apavorada; nos olhos, ainda resquícios da letra irregular e rabiscos; nos olhos, uma vontade de compreender. Nos olhos havia lágrimas.
A música distante se misturava aos seus pensamentos, que formavam desenhos infinitos: frio, um filme que nunca vira o final, os cabelos desalinhados, sede, noite. E silêncio, silêncio...
S
I
L
Ê
N
C
I
O
ESTE TELEFONE NUNCA TOCA!
Vejo quadros, notícias, tons de terra, relembro dias que chamei de felizes, que clamei para voltarem, que ridicularizei com sorrisos, que viveria de outro jeito, mas de novo.
Deixa? Vou deitar e depois sair, algumas vezes. Mesmo assim, estou esperando...
3 comentários:
A gente sempre acha que está no controle e quando percebe se ver esperndo por algo que já aconteceu e notamos que nossa oportunidade talvez já tenha passado.
"Deixa eu decidir se é cedo ou tarde
Espere eu considerar..."
Gostei mt das sequencias, elas vão aumentando a intensidade das palavras..
bju
to com blog novo, add aí, eu já adicionei esse teu aqui lá.
http://www.meiopalavraobasta.blogspot.com/
=**
Postar um comentário