domingo, 17 de julho de 2011

FIM

Cansei do açoite do papel em branco, do lápis que rasga o papel, da caneta que sangra. Azul. As novas canetas falham e, depois, eu sou cada vez menos criativa.

Eu me proibi de escrever outras palavras. Apenas o obrigatório se forma em curvas e sonoridades conhecidas. Nem sei qual foi o seu último livro. Não temos estantes. Paramos de entender.

Foi desde aquele dia em que o céu inteiro se manchou de nódoa alaranjada e fiquei deitada no chão de madeira. Acho que gosto de cativar o silêncio só para ouvir minha respiração, só para sentir o coração vazando batidas perto da garganta. Só para.

Um comentário:

Flavia Vasconcelos disse...

O açoite nos ensina. Pra escrever a gente sofre também. A gente que gosta tanto da escrita, que não aceita qualquer escrita. Sofremos, mas saímos mais felizes que antes, quando vemos a obra pronta. um beijo