sábado, 16 de abril de 2011

SERTÃO-AMOR

Meu coração é uma peixeira afiada, sangra para fazer brotar amores. É uma seta que aponta para estradas distantes e alcança o desconhecido quando anoitece.

É quentura do sertão. Terra firme, rachada, que também é fértil. Meu coração é balanço de mar. Meu coração adocica o sal.

O meu carinho é calejado
É afago açucarado de cana
Aconchego danado de cachaça

Lambo o mandacaru. Sei que lá mato minha sede. Tenho ainda a pele curtida pelo sol, com cheiro da arruda da benzedeira.

Trago fé na cartucheira. Na poeira, deixo a saudade...

3 comentários:

Flavia Vasconcelos disse...

Uma lindeza!

Ludmila disse...

Das coisas mais musicais que já li. Conjurei muitas imagens na mente...

(sim, é o Estêvão mesmo =x)

Breno Airan disse...

Vixe, ques verso bonito da gota serena!