segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O VERBO DOS MEUS SENTIDOS

Eu coloquei para tocar a música que você me deu, querendo testar os meus sentidos e fiquei com saudade. A cidade começou a me parecer pequenina e distante, o tempo se fechou em apenas uma página de calendário. Uma sequência de sorrisos apareceu em flashes - todos muito rápidos, quase impossível registrar cada um. Eu não consegui ler os sinais, só uma falha de sentido.

O passado é de uma semana atrás, será verdade que certos destinos estão ao nosso lado? A qual soberano o tempo se curva para nos deixar incapazes de conjugar certos verbos? Não está mais aqui, ao alcance dos olhos e das palavras, a voz que não reconheço. Mesma voz que conhece respostas.

Pouco antes de começar a nadar, eu fechei os olhos e senti. No paladar, batatinha frita com sabores exóticos; Na audição, canções que me deixaram em paz, conforto que vem mesmo com o desconhecido; No tato, abraço de fim de missão; No olfato, um perfume ainda não decifrado. A visão é de um rosto feliz, talvez apesar de tudo. Na verdade, a visão traz os tons de amarelo de suas camisas.

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