domingo, 28 de fevereiro de 2010

Gente que vem e se despede. Gente que sai, sem poros. Por quais estradas e passarelas, pedaços de madeira e concreto? São caminhos avessos, olhares dissolvidos no corpo inteiro.

Suor de mar em gotas. Fuga. Entradas e passos que indicam uma conversão. A imagem se estica, eis o sobressalto, mão pousada na mente. Dúvida ou prece implícita? Era uma vez alguém que não conheci, mas que me disse em silêncio que era preciso. Subir, subir e subir para depois despencar, lançar-se aos olhos carnívoros do mundo. E ser pleno, humano e denso. Leveza de alma, pois os corpos são linhas. Sinuosas linhas agora sem expressões.

Rigidez de pele. Paisagens simétricas e disformes. Desenhos de luz, afagos de sombras. Um encontro intenso com o desconhecido.

Você sente vontade? Chegue mais perto. Encontre agora partes de mim, segredos seus. Mais perto, mais perto. Refugia-te naquilo que não pode ser visto. Sangue, suor, pele, unhas, entranhas estão em seguro abrigo.

Gente fincada na terra, gente espalhada, sublimes desejos. Saliva de sol, universo de fortes traços negros. O resto é paisagem e calmaria.

Um comentário:

Gabriel disse...

Palavras muito sábias que ajudam em meio a confusão.
Qdo der tempo tbem conheça as aventuras do meu garoto
www.garotoaventura.zip.net