A face azul apontava para o norte. Havia uma explosão de vidro espelhado e sentia cansaço pelo coração, que só batia acelerado desde o último dia - semana passada, ela se despediu de uma antiga paixão. Está há quatro dias sem poesia.
O lado incolor do quadrilátero bem que podia ser retirado, servira para apoiar copos noturnos de leite nos cinco anos que se passaram. Faria aniversário amanhã.
Agora, são 14 horas.
Ela quer tirar o hálito maracujá que perfuma as entranhas da boca...
Fricciona os dentes que se tornam uma forma de espuma única. Hálito menta refrescante. Passa um batom vermelho antes de pegar a caneta azul.
- Mal pousei a caneta no papel, ela estourou.
O papel amarelo ficou azul, as unhas e parte dos dedos também. Beijou suavemente a borda da folha que não fora maculada.
Ela deixa a carta silenciosa na mesa. Cores primárias.
Um comentário:
As palavras parecem dançar aqui a melhor sinfonia.
Postar um comentário