domingo, 25 de abril de 2010

TEATRO DO SOL

Hoje vi o sol, redondo, flamejante, bem perto de tua casa. Lá tem o pôr-do-sol mais bonito da cidade. Estava no ônibus e uma mulher falava de tantas coisas e eu só via aquela bola imensa, tão redonda, mas tão redondamente perfeita, que senti arrepios... Ouvia apenas os barulhos da minha cabeça, cada pensamento mais estridente que o outro, só que a sensação era de calor, vapor saindo, como naquelas cenas de filme em que as pessoas estão no deserto e tudo fica em câmera lenta.

Eu era o filme e todos os figurantes e as câmeras, atriz principal e sabia todos os diálogos... E não assistia a cena alguma também. Eu era o nada, porque era o início, estava desprovida de qualquer nódoa de passado, pois tudo em mim seria um novo milésimo de segundo.

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